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terça-feira, 30 de outubro de 2012

Tempestade em New York






Um furacão, e de repente, a evidência do quanto somos frágeis. Uma cidade imensa - a capital do mundo - precisa, literalmente, parar; Wall Street, Brooklin, Broadway. Tudo parado. Ruas vazias. O coração do mundo em silêncio. As pessoas em suas casas, protegidas (?) por barricadas de comida e água. Supermercados vazios. 

A repórter no vigésimo oitavo andar de um prédio, transmitindo as notícias e sem saber como fará para voltar para junto dos seus, já que a energia do prédio foi cortada. Ela diz que seus filhos estão seguros em um hotel. 

De repente, a primordial necessidade tornou-se o abrigo e a comida. Realmente, as únicas coisas que nos fazem permanecer biologicamente vivos, além do ar. Mas o ar agora mata. 

Somos primitivos. Quando a vida corre riscos, voltamos às nossas origens , aos tempos da Idade da Pedra, e tratamos de proteger as nossas vidas, mesmo que para isto, tenhamos que disputar uma garrafa de água à unhadas! Realmente, como somos frágeis! E é justamente nestas horas que as nossas máscaras caem, e a superficialidade dá lugar ao que realmente somos. E ao que realmente importa. 

No olho do furacão, somos todos iguais. O melhor e o pior expostos aos mesmos riscos e reduzidos às mesmas proporções. Todos os sonhos andando na beirada da vida, ameaçados por uma ventania. 

A qualquer momento, podemos ser levados pelo furacão. 

Mas quando tudo passa, e o vento carrega consigo os destroços que escolheu levar, a vida volta a ser o que era, e nem mais nos lembramos do furacão. Pois a vida segue, e nós seguimos com ela. Modificados? Não; indiferentes.

9 comentários:

  1. Isso que é o tragico, né! A indiferença com que vivemos atualmente... a banalização da vida...

    Ser ou não ser...

    bjsMeus
    CAtita

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  2. ... E aonde nos levará essa indiferença se sabemos (talvez inconscientemente), sei lá, que todos estamos no mesmo barco frágil das intempéries da vida?

    Falta mais consciência, Ana. Conosco e com a natureza das coisas.

    bj
    crônica ideal e real - gostei imenso.

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  3. Coincidência tenho escrito também uma crônica sobre esse assunto...
    ...
    Publicarei mais tarde...

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  4. Saudades dessa amiga querida que faz dos seus textos mais que real...
    bjsssssssssssssss

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  5. Olá!Boa tarde!
    Ana...
    acabei de vir de um blog que estava "falando "sobre a Sandy.Você "disse tudo" no seu belo texto, então,vou só dar meu "pitaco" no seu final: a vida segue, e nós seguimos com ela.Capitalismo é isso: lucro privado e prejuízo público... Mesmo com as seguradoras "pagando", sobra sempre para os contribuintes o maior montante para a reconstrução da estrutura afetada...penso eu!
    Obrigado!
    ótima quinta feira!
    Beijos

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  6. Ana,vc é demais!Que análise mais verdadeira da situação em Nova York e especialmente no quanto somos pequenos e na hora do sufôco impera mesmo a lei da sobrevivencia,do salve-se quem puder!Parabéns pelo excelente texto!Bjs e bom feriado!

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  7. nada podemos contra a natureza. domá-la em algumas situações é quase impossível!

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