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quarta-feira, 12 de março de 2014

O Número de Dunbar





O Número de Dunbar (Dunbar's Number)


Recentemente, usei em minhas aulas um artigo da revista Speak Up - gosto muito desta revista, pois traz assuntos interessantes para discutir em sala de aula com meus alunos de inglês - sobre o Número de Dunbar. De acordo com a Wikipedia (outra de minhas fontes favoritas, pois é simples e direta), Robin Dunbar (28/07/1947) é um antropólogo evolucionista da Universidade de Liverpool, Inglaterra. Após pesquisas, ele criou o Número de Dunbar. A Wikipedia explica que:

"O número de Dunbar define o limite cognitivo teórico do número de pessoas com as quais um indivíduo pode manter relações sociais estáveis. Nesse tipo de relação o indivíduo conhece cada membro do grupo e sabe identificar em que relação cada indivíduo se encontra com os outros indivíduos do grupo-1 Esse número teórico fica entre 100 e 230 pessoas, entre parentes e amigos. Deve-se reparar que as pequenas comunidades - tribos, aldeias, grupos de interesse comum - costumam ficar mais ou menos nessa faixa."

Dunbar criou um sistema de anéis concêntricos onde você está no centro, e à sua volta, um grupo social de cento e cinquenta pessoas, sendo que o anel mais próximo de você é formado por 3 a 5 pessoas, enquanto o segundo anel contém 10 a 15 pessoas, e o terceiro, 30 a 45.  As pessoas compondo o primeiro anel podem ser consideradas nossos amigos de verdade. Ele explica que, apesar de podermos considerar as pessoas dos anéis mais distantes como amigos ou pessoas com quem temos coisas em comum, dificilmente alguém conseguirá manejar relacionamentos significativos com um número de pessoas maior que 35. Os membros familiares não estão incluídos nestes números.

Segundo Angelita Viana Corrêa Scardua, pioneira nos estudos de psicologia positiva no Brasil, "...amizade que é amizade tem o suporte dos sentidos! Amigo de verdade tem olhos para ver, nariz para cheirar, mãos para tocar, ouvidos para ouvir…”Amigo virtual” pode até ser bom para “enganar” a solidão, pode mesmo até ajudar a expandir o círculo social, contribuindo com mais informações para o processamento cerebral… Mas amigo que é só virtual dificilmente poderá contribuir para que o cérebro libere muitos dos neurotransmissores que nos ajudam a nos sentirmos mais relaxados, alegres e felizes. Afinal, a ocitocina, um hormônio muito associado ao vínculo afetivo, tem no contato físico um dos seus principais gatilhos. Não é a toa que a ocitocina é carinhosamente chamada pelos cientistas de “hormônio do abraço”!

Concordo plenamente com ela. O que sabemos, realmente, sobre as pessoas com quem 'encontramos' no mundo virtual? Apenas o que elas colocam na rede. Vemos as fotografias mais bonitas, onde elas estão vestindo suas melhores roupas em lugares maravilhosos, sempre sorridentes e felizes. E quem não faz como elas, ou seja, quem não demonstra estar feliz e sorridente o tempo todo - mesmo que esta felicidade seja totalmente falsa - é considerado esquisito e desajustado. É preciso ser feliz a qualquer custo (ou pelo menos, fazer os outros acreditarem que é assim que somos). Jamais discordar, ser sempre amigo de todos, fazer cara de paisagem mesmo nas situações que normalmente nos tirariam do sério aqui fora, pois é preciso manter uma imagem de perfeição e impecabilidade.

No Facebook - uma rede social na qual tenho, no momento, 384 pessoas em meu círculo de amigos - eu sinto o quanto o Número de Dunbar realmente faz sentido.

Eu acho perigoso acreditar que realmente temos trezentos, quinhentos ou até mais amigos online. Amizade e afinidade não são a mesma coisa. Sempre tomo muito cuidado ao considerar alguém como amigo, e não tenho nenhum tipo de ilusão romântica a esse respeito. Porém, acredito que, de perto, ninguém é normal, mas também não é tão esquisito assim.




9 comentários:

  1. Ana Bailune, foi muito importante ler a tua crónica, mas sem considerei, certos companheiros virtuais amigos, mesmo amigos. Claro que há muita dispersão, derivado à evolução por via da propagação do número de espaços, o que está sempre a se tomarem opções, tendentes a se esquecerem as amizades entretanto. Em todo e para todos os caso, o Número de Dunbar faz todo o sentido.
    É mesmo para ter em conta.
    Beijos

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  2. Que interessante esse numero de Dunbar. Gostei de saber e tem tudo a ver. As amizades virtuais realmente não podem satisfazer todas as nossas necessidades justamente por não se mostrarem totalmente.Para refletir! bjs

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  3. Ana, gostei de ler e perceber que faz sentido, o Numero de Dunbar, não sabia disso, mas observando bem podemos perceber que são bem poucas pessoas que sentimos que são verdadeiros amigos, acho que se pode contar nos dedos, pois é!
    Amigos virtuais são difíceis de percebermos, mas acredito que há sim, os do Facebook são amigos que conhecemos e por força da circunstância se afastaram, aí as postagens dão chances de se verem em fotos, pois é, as fotos quase sempre são bem posadas, mostrando alegrias, provocando até invejas, pelo menos muitos fazem isso para isso mesmo, provocar invejas!
    Ah, vida, pois é amiga, o antropólogo pode até ter razão?!
    Abraços!

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  4. Concordo com você, Ana. É impossível termos tantos " amigos" como os há nas redes sociais. Temos ali pessoas com as quais podemos ter maior ou menor afinidade, mas amigos, mesmo, só os da vida real. Entretanto, através do facebook, reencontrei colegas e amigos dos tempos de escola, pessoas com quem não me comunicava há uns 50 anos! Não posso dizer que ainda sejam meus grandes amigos, pois o Tempo nos mudou a todos, mas pelo menos temos recordações em comum. Obrigada por nos ensinar a respeito do número de Dunbar.

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  5. Oi Ana não conhecia o "número de Dunbar" nas relações sociais. Mas, realmente, não acredito que tenhamos tantos amigos, quantos estão em nossos círculos, mesmo porque, intuitivamente, procuramos acompanhar apenas alguns poucos que nos tocam. Que também pode não ser recíproco.
    Por gostar de ensinar e a facilidade em escrever, você sempre nos ensina. Belo talento, parabéns, abraços carinhosos
    Maria Teresa

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  6. Muito interessante sua postagem, Ana. Creio que todos sabem que aquele número de amigos nas redes sociais não são representativos quanto ao significado do sentimento. Amigo é aquele com quem podemos contar fora da telinha, sem que outros participem da convivência. Bjs.

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  7. Olá Ana,
    O artigo é muito interessante. Concordo com suas considerações a respeito da amizade virtual. Para mim, a confiança se estabelece através do olho no olho. Impossível avaliar quem não está próximo e ainda separados por uma telinha. A figura do outro lado sempre será um incógnita. O mundo das redes sociais é ilusório. Ninguém poderá avaliar o que está por trás de um sorriso aparente de felicidade e glamour. Até acontece de encontrarmos afinidade em alguns amigos virtuais, mas nada que se assemelhe a uma amizade real.

    Beijo.

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  8. Ah... E o fato de se ter um grande número de pessoas adicionadas em seus ciclos sociais não significa que elas sejam 'amigas', mas apenas contatos. Bjs,

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  9. Boa tarde,
    Muito interessante este seu artigo, identificar a relação de cada uma das pessoa que nos rodeia é positivo, dificilmente se consegue na totalidade.
    Abraço
    ag

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