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sexta-feira, 25 de agosto de 2017

O VERNIZ DAS "CONVICÇÕES"







Neste imenso mundo que tornou-se tão pequeno devido ao efeito das redes sociais, diferentes ideias são propagadas a todo momento. Seus autores, que quase sempre escondem interesses escusos, pretendem soar originais, modernos, liberais e abertos ao novo. Ao construírem seu império de ideias, que é constantemente frágil e sem alicerces, tais “Imperadores da Verdade” o cobrem com camadas de verniz de boa qualidade para que ninguém note as imperfeições, falácias e absurdos que ele contém. E basta uma leve arranhada na superfície para trazer à tona a podridão de tais impérios das ideias.

O que não falta, são seguidores acéfalos e cordatos, que amontoados pela necessidade de serem guiados por alguma causa, passam a erguer bandeiras e aceitar ideias alheias sem sequer um momento de reflexão. Afinal, todo mundo quer ser aceito, e nos dias de hoje, ser aceito significa soar moderno, liberal e seguir a maioria. Qualquer um que defenda algum valor antigo – como se todos os valores antigos fossem preconceituosos e desnecessários – é acusado de velho, primitivo, preconceituoso ou fascista.

A vulgaridade, a intolerância, a distorção de valores, a ignorância e o egoísmo correm à solta por aí. E ai de quem não seguir na mesma direção!

Eu tenho meus valores e minhas ideias. Sei que posso estar errada em algumas delas, e por isso, gosto de conversar, discutir, comparar, debater. Mas quando sinto que estou em um meio onde tudo o que se quer é ser contra esses valores, não importa o quanto eles possam ter um eco verdadeiro, eu me retiro, pois é inútil discutir quando os sujeitos da discussão estão determinados a não pensar, não refletir.

Assim, feministas xingam de burras, machistas e retrógradas qualquer outra mulher que não concorde com seus valores; partidários da esquerda consideram fascistas todos os que não fazem coro com eles, e partidários da direita consideram comunistas todos os que não carregam a mesma bandeira que eles. Nós X Eles. Todos dizem lutar pelo direito de igualdade e contra o preconceito e o separatismo, mas fazem exatamente o contrário. Todos dizem-se não preconceituosos, mas se alguém discorda de suas convicções, imediatamente o repelem com pedras e paus, demonstrando inconsistência e a volatidade de seus vernizes. Todos pregam a liberdade de escolha, desde que os outros escolham as mesmas coisas que eles.

Seus posicionamentos? “É assim, e pronto.” Ponto final. Se você pensa diferente, é burro. Se propõe uma reflexão mais aprofundada, é intrometido e quer aparecer. Não sabem argumentar, não sabem manter a calma, não conseguem conduzir uma conversa com alguém que pense de outra forma sem partir para a grosseria, o abuso, o xingamento e a falta de educação. Talvez por estarem cientes de que suas convicções não resistem a uma análise mais aprofundada. Sabem muito bem que não têm a supremacia da verdade, como gostam de se gabar.

São eles os burros, intolerantes, fascistas, ridículos, preconceituosos, machistas.





4 comentários:

  1. Excelente, Ana!
    Sim, pessoas assim que não aceitam ser contrariadas, que se acham donos da verdade e da situação, que nos impõem seus argumentos através da grosseria e do abuso, não têm definição melhor que: burros, intolerantes, fascistas, ridículos, preconceituosos, machistas.

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  2. É muito recorrente encontrar pessoas assim. Acho que continuamos na era a intolerância,apesar de novas concepções sobre a sociedade. Mas não há nenhuma evolução de pensamento. As idéias mudam, mas a atitude permanece igual.

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  3. Cara amiga Ana, expressastes, através deste texto, o que penso sobre o atual momento. Parece que a intolerância e a estupidez vai pairar sobre tudo. Os contidos, os equilibrados, os reflexivos, os estudiosos, os analíticos criteriosos estão sendo soterrados pela ausência da sensatez.
    Parabéns pelo post. É nota dez, aliás, nota mil. Um abraço daqui do sul. Tenhas uma linda tarde.

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  4. Querida Ana, sim, infelizmente é assim, a intolerância, o preconceito, a discriminação estão em alta e o que se diz "moderno" é exatamente o que menos tolera!
    Amei ler, amo ser eu mesma e que bom que és você mesma em seus belos textos!
    Abraços apertados!

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