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quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

A Primeira Geladeira a Gente Nunca Esquece







Nossa... este título deve soar jurássico para quem é jovem hoje. Mas quando eu era bem pequena , não era muito comum as pessoas de classe média  terem geladeiras em casa. Quem tinha, de vez em quando ficava responsável por guardar alguma coisa para o vizinho, ou de fornecer o gelo para as festinhas.

Nossa primeira geladeira, foi uma Cônsul azul-clarinha. Acho que eu tinha uns quatro anos de idade na época, mas eu me lembro muito bem de meu pai chegando em casa e dizendo à minha mãe que comprara uma geladeira nas Casas Xavier.

Logo depois, veio também o nosso primeiro liquidificador, e chegamos à era dos sucos e sorvetes. Maçã no liquidificador era uma verdadeira delícia, e picolé de groselha com leite, uma iguaria!

Meu pai tinha muitos ciúmes das coisas que comprava, pois o fazia sempre com muitas dificuldades, às vezes, dividindo os pagamentos em 24 vezes no crediário. Quem ousasse esbarrar em sua geladeira, ouviria um sermão zangado. 



Sabendo disso, minha irmã mais rebelde, sempre que chamada a atenção ou se desentendia com meu pai, fingia esbarrar na geladeira 'sem querer.' Ele quase tinha uma crise! Uma vez, o esbarrão acidental foi tão forte, que a geladeira balançou e saiu do lugar... como ela apanhou!

Aquela geladeira azul ficou conosco mesmo depois que todos os meus irmãos mais velhos casaram-se e saíram de casa. Jamais teve qualquer tipo de problema. Hoje em dia, essas coisas tem prazo de validade curto. Quando eu me casei, ela ainda existia, mas foi desativada quando minha mãe mudou-se para a casa de minha irmã. Acho que eles a doaram a uma família carente. Mas sempre me vem à mente a imagem da cozinha de nossa casa, com a mesa de madeira no meio, as quatro cadeiras, a geladeira azul no cantinho, o janelão aberto sobre o fogão também azul. Ali, naquela cozinha, aprendi a ler e escrever.

A geladeira azul como testemunha da história de nossa família.



terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Ralph Waldo Emerson


Pensamentos de Ralph Waldo Emerson


*

"O que fica atrás de nós e o que jaz à nossa frente têm muito pouca importância, comparado com o que há dentro de nós."




"Quando vemos um grande homem, imaginamos uma semelhança com alguma personalidade histórica e profetizamos a sequência do seu carácter e do seu destino, dedução que necessariamente falhará. Ninguém jamais resolverá o problema do seu carácter, de acordo com os nossos prognósticos, mas de acordo com a própria orientação, personalíssima e sem precedente. O carácter aspira à largueza; não se deve misturar com as pessoas, nem ser julgado por episódios colhidos na velocidade da vida quotidiana ou em poucas ocasiões. Como um grande edifício, necessita de perspectiva. Não pode formar, e provavelmente não forma, relações rapidamente; e não devemos desejar explicações precipitadas, seja na ética popular ou na nossa própria, da sua ação." 

Ralph Waldo Emerson, in 'O Carácter'





Seguimos a Multidão
"Nos nossos contatos quotidianos seguimos a multidão, deixamo-nos levar por esperanças e temores subalternos, tornamo-nos vítimas das nossas próprias técnicas e implementos, e desusamos o acesso que temos ao oráculo divino. É apenas enquanto a alma dorme que nos servimos dos préstimos de tantas maquinarias e muletas engenhosas. De que servem os telégrafos? Qual a utilidade dos jornais? O homem sábio não aguarda os correios nem precisa ler telegramas para descobrir como se sentem os homens no Kansas ou na Califórnia durante uma crise social. Ele ausculta o seu próprio coração. Se eles são feitos como ele é, se respiram o mesmo ar e comem o mesmo trigo, se têm mulheres e filhos, ele sabe que a sua alegria e ressentimento atingem o mesmo ponto que o seu. A alma íntegra está em perpétua comunicação telegráfica com a fonte dos acontecimentos, dispõe de informação antecipada, qual despacho particular, que a exime e alivia do terror que oprime o restante da comunidade. 

Ralph Waldo Emerson, in "Progresso da Cultura"




A Ilusão da Viagem
Viajar é o paraíso dos tolos. Devemos às nossas primeiras jornadas a descoberta de que o lugar não significa nada. Em casa, imagino sonhadoramente que em Nápoles ou em Roma poderei intoxicar-me de beleza e livrar-me da tristeza. Faço as malas, abraço os amigos, tomo um vapor e, finalmente, acordo em Nápoles e lá, diante de mim, está o facto insubornável, o triste eu, implacável, idêntico, de que fugi. Visito o Vaticano e os palácios. Finjo estar intoxicado com as visitas e as sugestões, mas não é verdade. O meu gigante acompanha-me por onde vou."

Ralph Waldo Emerson, in "Essays"




Acredita no Teu Próprio Pensamento

Acredita no teu próprio pensamento; crer que o que é certo para ti, no teu coração, o é também para todos os homens - isso é o génio. Expressa a tua convicção latente e ela será o juízo universal; pois sempre o mais íntimo se converte no mais externo, e o nosso primeiro pensamento é-nos devolvido pelas trombetas do Juízo Final. A voz da mente é familiar a cada um; o maior mérito que atribuímos a Moisés, Platão e Milton é o de terem reduzido a nada livros e tradições, e dito o que pensavam eles próprios, não o que pensavam os homens. Um homem deveria aprender a distinguir e contemplar esse raio de luz que brilha através da sua mente, vindo do interior, melhor do que o brilho do firmamento de bardos e sábios. E, no entanto, expulsa o seu pensamento, sem lhe dar importância, apenas porque é o seu.

Em toda a obra de génio, reconhecemos os nossos próprios pensamentos rejeitados; são-nos devolvidos com uma certa majestade alienada. As grandes obras de arte não nos oferecem lição mais impressionante do que essa. Elas ensinam-nos a aceitar, com bem humorada inflexibilidade, as nossas impressões espontâneas, especialmente quando todo o clamor das vozes esteja do lado oposto. Senão, um estranho dirá amanhã, com magistral bom senso, precisamente aquilo que pensamos e sentimos todo o tempo, e seremos forçados a receber de outrem, envergonhados, a nossa própria opinião. 

Ralph Waldo Emerson, in 'A Confiança em Si Mesmo'



Emerson

Água Para um Poema



Morre tão seco o poema,
Pois já não mata-lhe a sede
A tinta daquela pena!...
Morre, silencioso e frio,
Morre sem brio ou verdade,
No abismo imenso do vazio
Morre sem qualquer saudade!

-Tragam água para o poema,
Antes que seja tarde!
Parte-se ao meio a palavra,
Ardem as chamas da pira
Na qual ele queimará...

Entram e saem de cena
O poeta e seu poema,
Tentando aplacar uma sede
Que lhe fere feito adaga,

Tentando exprimir uma dor,
Quem sabe, conter uma mágoa...
-Água para um poema,
Tragam água, tragam água!...

A noite o cobre de negro
Abraça-lhe, diz-lhe um segredo;
E o poema agonizante
Resiste ao terrível degredo
Que o poeta lhe impôs
Por pena, por dó ou por medo...
-Tragam-lhe um copo de água,
Que amenize o vil enredo! 

-Água para um poema,
Que morre ao nascer do dia,
Entre rimas de agonia,
Assim que desponta o sol!

Entre as fendas dos olhos cansados
O poema enxerga um troll
Como um monstro que dançasse
Uma giga ao arrebol...

Por isso, morre o poema,
De uma sede inacessível
A qualquer água ou refresco
De alucinação terrível!

-Água para o poema,
Tragam água, tragam água!...
Que ele siga tranquilo
Para sua nova casa!


segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Papai Noel em Casa








São Nicolau


A Lenda de São Nicolau (St. Nicolas, Santa Claus, Papai Noel, Pai Natal)


do blog "Contos e Lendas de Natal" - natal.com.pt/contos-e-lendas-de-natal

Nicolau, filho de cristãos abastados, nasceu na segunda metade do século III, em Patara, uma cidade portuária muito movimentada.

Conta-se que foi desde muito cedo que Nicolau se mostrou generoso. Uma das histórias mais conhecidas relata a de um comerciante falido que tinha três filhas e que, perante a sua precária situação, não tendo dote para casar bem as suas filhas, estava tentado a prostituí-las. Quando Nicolau soube disso, passou junto da casa do comerciante e atirou um saco de ouro e prata pela janela aberta, que caiu junto da lareira, perto de umas meias que estavam a secar. Assim, o comerciante pôde preparar o enxoval da filha mais velha e casá-la. Nicolau fez o mesmo para as outras duas filhas do comerciante, assim que estas atingiram a maturidade.

Quando os pais de Nicolau morreram, o tio aconselhou-o a viajar até à Terra Santa. Durante a viagem, deu-se uma violenta tempestade que acalmou rapidamente assim que Nicolau começou a rezar (foi por isso que tornou também o padroeiro dos marinheiros e dos mercadores). Ao voltar de viagem, decidiu ir morar para Myra (sudoeste da Ásia menor), doando todos os seus bens e vivendo na pobreza.



Quando o bispo de Myra da altura morreu, os anciões da cidade não sabiam quem nomear para bispo, colocando a decisão na vontade de Deus. Na noite seguinte, o ancião mais velho sonhou com Deus que lhe disse que o primeiro homem a entrar na igreja no dia seguinte, seria o novo bispo de Myra. Nicolau costumava levantar-se cedo para lá rezar e foi assim que, sendo o primeiro homem a entrar na igreja naquele dia, se tornou bispo de Myra.

S. Nicolau faleceu a 6 de Dezembro de 342 (meados do século IV) e os seus restos mortais foram levados, em 1807, para a cidade de Bari, em Itália. É atualmente um dos santos mais populares entre os cristãos.

S. Nicolau tornou-se numa tradição em toda a Europa. É conhecido como figura lendária que distribui prendas na época do Natal. Originalmente, a festa de S. Nicolau era celebrada a 6 de Dezembro, com a entrega de presentes. Quando a tradição de S. Nicolau prevaleceu, apesar de ser retirada pela igreja católica do calendário oficial em 1969, ficou associado pelos cristãos ao dia de Natal (25 de Dezembro)



A imagem que temos, hoje em dia, do Papai Noel é a de um homem velhinho e simpático, de aspecto gorducho, barba branca e vestido de vermelho, que conduz um trenó puxado por renas, que esta carregado de prendas e voa, através dos céus, na véspera de Natal, para distribuir as prendas de natal. O Papai Noel passa por cada uma das casas de todas as crianças bem comportadas, entrando pela chaminé, e depositando os presentes nas árvores de Natal ou meias penduradas na lareira. Esta imagem, tal como hoje a vemos, teve origem num poema de Clement Clark More, um ministro episcopal, intitulado de “Um relato da visita de S. Nicolau”, que este escreveu para as suas filhas. Este poema foi publicado por uma senhora chamada Harriet Butler, que tomou conhecimento do poema através dos filhos de More e o levou ao editor do Jornal Troy Sentinel, em Nova Iorque, publicando-o no Natal de 1823, sem fazer referência ao seu autor. Só em 1844 é que Clement C. More reclamou a autoria desse poema.




Hoje em dia, na época do Natal, é costume as crianças, de vários pontos do mundo, escreverem uma carta ao S. Nicolau, agora conhecido como Papai Noel, onde registam as suas prendas preferidas. Nesta época, também se decora a árvore de Natal e se enfeita a casa com outras decorações natalícias. Também são enviados postais desejando Boas Festas aos amigos e familiares.

Atualmente, Há quem atribuía à época de Natal um significado meramente consumista. Outros, vêem o Papai Noel como o espírito da bondade, da oferta. Os cristãos associam-no à lenda do antigo santo, representando a generosidade para com o outro.



Quando a Casa Não nos Cabe





Existem momentos em que a casa torna-se opressiva demais. Pode acontecer pouco antes de fases de transformações em nossas vidas. Parece que algo nos diz que alguma coisa está para acontecer, e vamos ficando ansiosos, pois não sabemos se é bom ou ruim. Andamos pela casa, e parece que ela nos sufoca. As paredes parecem ter encolhido e se curvado em nossa direção. Tudo fica menor, mais abafado e opressivo.

O remédio, nessas horas difíceis, é abrir todas as portas e janelas, e fazer uma boa limpeza física: juntar baldes, panos, vassouras, aspirador de pó. Depois de limpar tudo bem limpinho, passar na casa (ou borrifar) uma mistura de água, onde foi fervido louro e acrescentada uma porção de sal grosso e um limão cortado em quatro. Passar / borrifar a mistura em todos os cômodos, visualizando uma limpeza espiritual. Enquanto isso, fazer sua oração preferida. No final, acender um incenso ou queimar um bulbo de cebola, se você tiver uma lareira.

Lembro-me de que antes de mudar-me de casa, sempre sinto uma coisa estranha, mesmo antes da ideia de mudança ser sequer pronunciada em voz alta. Quando morei na minha última casa, coisa de alguns meses antes de pensarmos em mudança, eu andava pelos cômodos e não me sentia neles. Era como se a casa não fosse minha. Havia no ar um cheiro de despedida e melancolia. Logo, meu marido e eu nos interessamos pelo terreno desta casa onde hoje moramos e o compramos, reformamos e nos mudamos algum tempo depois.

Mas às vezes, a opressão que sentimos dentro de uma casa pode ser devido a alguma energia ruim acumulada, que nós trouxemos de algum lugar (ou alguém trouxe). Pode ser um pensamento ruim que de longe nos enviaram. Podem ser os resquícios da atmosfera pesada desencadeada por algum acontecimento ruim em uma casa próxima, do qual nem temos conhecimento. É aí que a limpeza espiritual funciona. De qualquer forma, pensamento limpo sempre abre caminhos. 

Quando as coisas emperram, é hora de parar, olhar em volta, sentir as energias. De repente, nossos planos começam a 'dar para trás.' Aparecem obstáculos inesperados em tudo. Ooops... ora de parar, repensar caminhos e limpar tudo!

Assim, quando a casa não nos cabe, abramos nossas portas e janelas, façamos uma limpeza, e quem sabe, lá no jardim, sob o céu e as estrelas, possamos reencontrar a paz que nos falta? 

Dar uma volta a pé, sair um pouco, fazer umas comprinhas, ir a um salão de beleza, também ajudam. Acredito que muitas vezes, quando a paz nos falta, a aflição transmite-se de nós para o ambiente em que estamos. Também pode ser isso. Para reequilibrarmos a energia da casa, precisamos começar por nós mesmos. Limpezas astrais funcionarão por pouco tempo, se não olharmos para dentro de nós mesmos.


Dedicação





DEDICAÇÃO


Eu pendurei minhas estrelas no teu céu
E espalhei minhas pegadas no teu chão
Te entreguei todo o meu ouro, meu tesouro
Mas só colhi desdouro...

Eu hoje morro, mas eu morro devagar
Qual passarinho que o vento derrubou
E que olha o céu, na esperança de voar
Mas as asas quebraram.

E me sobraram, qual vingança, os meus poemas,
Onde moravas, quando contigo habitei
Porém,  rasguei cada palavra, cada verso,
E os pedaços, eu queimei.

Mas me enganei, pois eu te vejo em cada dor,
Em cada estrela que despenca em meu caminho,
E em cada flor, em cada espinho, eu te percebo
- Ah, meu Deus, como eu te amei!


Parceiros

VERDADES

Alguns falam de doçura, Desconhecem O regurgitar das abelhas, O mel que se transforma dentro delas, Dentro das casas de cera. Falam do luxo ...